Estamos imersos em um cenário de inovação disruptiva. Há todo momento surgem novos produtos e empresas desafiando as estruturas tradicionais do mercado, oferecendo soluções mais atraentes e de acordo com as demandas dos consumidores 3.0, adaptando seus modelos de gestão para reter os melhores talentos e, consequentemente, tornando obsoletas as companhias que se aferram a fórmulas gerenciais antigas e ultrapassadas.
Tais empresas são conhecidas como organizações exponenciais, prontas para crescer em um ritmo vertiginoso e tendo como base a informação, a transformação digital e a intuição de equipes excelentes.
A ideia deste artigo é se aprofundar com mais ênfase na pauta das organizações exponenciais, visando entender quais são os pré-requisitos que os líderes precisam atender para guiar tais companhias rumo a constante superação. Você está pronto para essa jornada? Então, vamos lá!
Entendendo o contexto das organizações exponenciais
Para começarmos a analisar o contexto exponencial, vamos, primeiramente, refletir sobre uma questão: o que vale mais, um bem ou estrutura física ou a informação, os dados? Há não muito tempo, talvez pudéssemos responder essa provocação de outra forma, mas hoje, a maior parte dos empreendedores sabe, ainda que institivamente, o poder que o “imaterial” tem de mover negócios em direção do crescimento.
O segredo das empresas exponenciais é justamente esse poder imaterial. Isso quer dizer, em outras palavras, que ao menos um aspecto importante do produto da companhia precisa ser “transformado em informação”; a partir disso, funções do negócio podem ser compartilhadas com público, parceiros, clientes e usuários.
Quer um exemplo deste modelo de negócio? Basta abrir os olhos. O Facebook, que vale mais de 200 bilhões de dólares, não produz a maior parte do conteúdo da plataforma, mas sim, seus usuários. Quer outro? O Uber não possui veículos próprios. Mais um? A maior parte do acervo da Netflix vem de outras empresas de comunicação.
O conteúdo abordado até aqui fornece pistas importantes, mas ainda não traduz inteiramente o que é uma organização exponencial. A solução para essa incógnita está relacionada com o propósito: enquanto uma empresa tradicional usa a tecnologia para aumentar a eficiência, uma organização exponencial é muito mais agressiva, e, conforme explica Salim Ismail, um dos criadores deste conceito em artigo para a revista HSM Management, elas buscam ser “dez vezes melhores, mais rápidas e mais eficientes em custo do que é o padrão atual.”
Por essa razão, pensar apenas em aumento da eficiência, em um contexto no qual você pode acabar tornando-se obsoleto e sair do mercado devido a um produto disruptivo, não é o bastante. É preciso pensar grande, caminhar na frente e respirar inovação.
Os atributos dos novos líderes
Com o que foi colocado até aqui, já é possível mensurar alguns dos desafios que os líderes que almejam transformar suas empresas em organizações exponenciais precisam enfrentar. Para sintetizá-los, organizei seis atributos importantes que o novo mercado nos exige. Vamos a eles:
Pensar grande e com propósito
Líderes que pensam pequeno não podem gerir negócios cujo objetivo é crescer exponencialmente. É preciso, pois, ampliar a visão de conquista do mercado e transferir para a organização um “propósito transformador massivo”, nas palavras de Salim Ismail.
Aplicar uma visão inovadora (em tudo)
Não basta pensar na inovação de produtos, é preciso estar aberto para a mudança de processos, quebras de paradigmas gerenciais e transformações eventualmente profundas no plano organizacional.
Estar aberto para a mudança
Diretamente ligado ao ponto anterior, o líder exponencial é alguém não só resiliente a mudança, mas, sobretudo, motivador de qualquer transformação que possa tornar a empresa mais enxuta, ampliando seus ganhos e reduzindo seus custos.
Dar autonomia
Microgerenciamento e estruturas lineares e hierarquizadas são apenas bloqueios para a inovação. Promova a autonomia e a criatividade como elementos intrínsecos a cultura da empresa em que você é líder.
Identificar oportunidades
Líderes exponenciais tem a capacidade de enxergar oportunidades de inovação até mesmo no trivial. Além disso, é preciso estar aberto para construção de parcerias com outras organizações exponenciais.
Basear-se na informação
Conforme já observamos, a informação deve estar na base da criação de produtos e serviços.
Motivação com foco na inovação
Por fim, líderes desmotivados não são líderes e as organizações exponenciais precisam de gestores capazes de encorajar equipes a desenvolver todo seu potencial de inovação.
Conclusão: criatividade e transformação digital, as faces das organizações inovadoras
Para concluir, gostaria de dizer que sim, a transformação digital é o principal motor das organizações exponenciais e da inovação disruptiva que gera impactos em todos os campos da sociedade. Todavia, nunca podemos esquecer do potencial criativo que nós e nossas equipes carregamos pois, é através dele que seremos capazes de intuir novas direções para nossas empresas e de pensar novos produtos a partir das informações que dispomos. A criatividade anda de mãos dadas com a inovação. Abra espaço para ela e enxergue além.
Texto feito por:
Mozart Marin – Head of HealthTech at KICK Ventures
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