Segundo dados da pesquisa “Delivering through diversity”, da consultoria McKinsey, divulgada em fevereiro, empresas que são lideradas por mulheres rendem, em média 21% a mais do que a média no país em que estão adentradas. E as empresas que tem baixo percentual de diversidade desempenham cerca de 30% abaixo que a média.

A porcentagem de liderança feminina em empresas é muito baixa. Na Austrália, que tem o maior índice de diversidade de gênero liderando empresas no mundo, tem apenas 21% delas sendo lideradas pelo público feminino, e 30% com mulheres em cargos de direção. Em seguida, estão os Estados Unidos, com apenas 19% das companhias sendo lideradas por mulheres.

Com o cenário atual, no dia 19 de novembro de 2017, Dia Internacional da Mulher Empreendedora, data escolhida para mudar esta situação: foi criada a ELAS_inTech, um movimento colaborativo para promover a real inclusão de mulheres no ecossistema tecnológico e compartilhar diversidade.

O movimento foi idealizado por Clarissa Luz – advogada especialista em direito digital -, Amanda Lima – advogada e consultora em Bitcoins –, Erik Nybo – advogado especialista em startups, e apoiado por Fernanda Donnini – designer e especialista em novos negócios.

A motivação para a criação do coletivo foi a evidente desigualdade de oportunidades e até mesmo estímulos para a real e efetiva atuação das mulheres nas carreiras que envolvem tecnologia. Clarissa Luz conta que trabalhou em “grandes escritórios do Brasil durante quase 14 anos e na maioria deles via que existia muito machismo, inclusive por parte das mulheres”.

O Manifesto ELAS_inTech possui quatro pilares centrais:

  • FALA: Aumentar o número e criar espaço para palestrantes mulheres em eventos;
  • OPORTUNIDADES: Parcerias para promover a contratação de mulheres na área de tecnologia;
  • MENTORIAS: Integrar empreendedoras e mentoras para capacitação e desenvolvimento;
  • INVESTIMENTO: Fomentar investimentos em empreendedoras líderes.

“O Coletivo não se limita a estimular e motivar. Queremos criar condições reais igualitárias, com a participação ativa e o aumento da liderança feminina”, diz.

Dentro do movimento, “por ser inclusivo, e não restritivo”, de acordo com Clarissa, o perfil das participantes é composto por fundadoras e cofundadoras interessadas em empreender, programadoras, designers, webdesigners, desenvolvedoras, geeks, investidoras, aceleradoras, jornalistas, consultoras em criptomoedas, especialistas em Blockchain, mentoras, advogadas de tech law e demais figuras femininas inseridas no ecossistema tecnológico de todo o Brasil, todas unidas em um ambiente de colaboração: seja na troca de informações e experiências, como também na efetiva troca de serviços e contratações.  .

E é com o objetivo de quebrar com essa cultura sexista dentro do mercado da tecnologia que o Elas_inTech busca atuar, de acordo com Clarissa, as três metas principais do coletivo são:

  • o aumento do número de palestrantes mulheres em eventos da área de tecnologia;
  • o estímulo a mentorias não apenas motivacionais, mas que de fato e com técnica ajudem outras mulheres a empreender e conseguir desenvolver seus talentos;
  • a promoção de parcerias com empresas e escritórios para que haja a efetiva contratação de mulheres na área de tecnologia.